sexta-feira, setembro 27, 2002

a menina das reticências e das vírgulas...


só pra constar, é sexta-feira, onze horas da noite... minhas lentes estão completamente grudadas, e eu tô esperando uma arte-final. (na verdade, tô esperando o cliente aprovar a arte e eu poder ir embora). em meio a mudanças na arte e "esfrega-olhos", consegui chegar ao capítulo 7 do "she hates my futon". so, what are you waiting for? go for it!


fui obrigada a quase dar um copy/paste do post inteiro da carmela. but, resolvi só comentar que she hates my futon é marailhoso e leitura obrigatória. então, go there and read it, please!


ok, sem tempo pra nada. caralho. várias coisas passando pela cabeça, várias pessoas passando pelo meu dia-a-dia.
sem tempo, sem cabeça, sem saco mesmo. saudade. "low bat" total. preciso dormir. coca light, pizza de chocolate com banana do pedaço da pizza, meus travesseiros com fronhas cheirosas. merda, não fiz meu "temas" de holandês. geladeira tá vazia, roupas vindas da lavanderia pra guardar. trabalhar no fim-de-semana. dinheiro no fim. fim do mês. merda.


quarta-feira, setembro 25, 2002

please, tell me something interesting... something that will change my life some way... i don't wanna read (only) about yourself... let me get in, travel around, get inspired and maybe, even cry...


segunda-feira, setembro 23, 2002

achei!
tava navegado por aí... caí no cholly e, através do blog dele, no novo blog da cams. que saudade. não sei o que houve, a gente não se fala há um bom tempo. desde um banho de suco de abacaxi que me dei... de um sanduíche cheinho de cenourinha ralada e um friozinho delícia de porto alegre. nos despedimos e fui caminhando pra casa... subi toda a quintino... feliz de sentir aquele cheirinho de inverno e te ter passado alguns minutos com ela. não vi e nem falei mais com a baixinha. e tô com saudade. saudade das bochechas rosadas. eu sei que a culpa é minha também... eu não escrevo, não dou sinal de vida, não ligo... mas tô pensando em ti, viu, cams?
eu queria te falar que tô fazendo a capa do cd do lucky lab e que tem o nome do cholly lá... junto com o som dele... fiquei bem feliz.
ai, ai... que louca essa vida. que louca essa comunicação paralela... esses mundo paralelos em que a gente vive.
saudade.


fui
finalmente tomei vergonha na cara e fui ver cidade de deus. fui lá, bonitinha, esperando a porrada.
meu, fui nocauteada; olhão roxo, dor no estômago... vergonha de não poder fazer nada. sensação absurda de impotência completa!
caralho, é muito bom. é um absurdo de bom. a primeira sensação foi de indignação em relação à história mesmo... a banalidade da morte, a falta de limites e a sensação, mesmo, de impotência... depois fiquei emocionada pra caralho analisando a direção do filme - o que o fernando meirelles fez?!??! como esse cara conseguiu??!?! é maravilhoso. só isso.


FUCKING LOSERS
eu tinha jurado que não ia tocar no assunto, mas os caras estão na veja com direito a foto e tudo. é demais, né?
os pseudo-airheads de porto alegre... aqueles fucking losers do acc (losers no mal sentido, mesmo). o vocalista invadiu a rádio atlântida e obrigou - com uma arma - o pobre coitado do radialista a tocar suas músicas sem parar.
tem que mandar matar, né? e o som parece que é algo rpm com tentativa de vocal do renato russo... plus maravilhosas letras...
uma gilette, por favor!


quarta-feira, setembro 18, 2002

ok, meu template sumiu e agora vou ter que encarar esse template-blóguico-semi-pronto.
cams, where are you????? eu devia ter feito as aulas de html contigo, né?
bom, vou criar um template em meio a minha pauta absurda, espero não demorar. see you.


1, 2, 3, 4, 5...

na faculadade eu comecei a fazer listas... nada de top 5, eram páginas e páginas de listas das coisas mais aleatórias do mundo. um dia eu resolvi fazer uma lista das coisas que eu amava (?) e comecei a fazer uma espiral na terceira capa de um caderno. começava num cantinho e ia rodando, rodando até o meio da página que terminava com um coraçãozinho - óbvio! coisa mais adolescente. sim, adolescente na faculdade. um dia um colega pediu meu caderno emprestado pra copiar umas matérias e me devolveu com uma camiseta com a minha lista nela. claro que a princípio achei aquilo uma invasão de privacidade... mas ele logo explicou que tinha achado aquilo lindo e queria que eu tivesse a lista guardada em um lugar mais "duradouro" que um simples caderno espiralado.
a camiseta ainda existe, dormi alguma vezes com ela e só... e as listas também. andei revirando nas minhas "caixas de lembranças" e encontrei um sketch book que comprei quando tava estudando na holanda... o caderno virou um amontado de listas em espiral ao invés de desenhos e projetos de aula... a saudade fez isso dessa vez. listava tudo que eu sentia falta.
hoje li minhas antigas prioridades e dei risadas daquela carolina. nada daquilo, ou quase nada, faz parte da minha vida de hoje. ou das minhas prioridades de hoje. mas me dei conta que a saudade é uma coisa que não me deixa.
mais uma vez eu tô longe das minhas "prioridades", mais uma vez queria ter comigo coisas, pessoas, gestos que só terei pegando o primeiro vôo alí em congonhas... e mesmo assim, elas serão diferentes.
sinto falta do meu amor, mais do que nunca... falta de pegar na mão, de sentir o cheirinho dele naquele ponto estratégico do pescoço, de ficar deitada no mesmo travesseiro e sentir a respiração quentinha, envesgar de tão juntinhos e esquecer o que é de um e o que é do outro. love you, pe.


sexta-feira, setembro 13, 2002

da série "cole aqui o texto dos outros", vai mais um... esse é do rafa merel sobre o showzito dos imãos rocha! aqui em sampa. aí vai:

Nevermind the Bollocks. Here's the Rock Brothers!

A festa de lançamento da Revista Frente foi a legítima festa estranha com gente esquisita. Começa que um cara chamado Mário (conhece?) estava fazendo aniversário lá. Não bastasse isso, todos os convidados do cara usavam aqueles chapeuzinhos de festa infantil. Conseguiu imaginar? Foi nesse clima que eu cheguei ao Gryzoo. E posso garantir: o lugar não era muito melhor do que o nome. Era ali que Irmãos Rocha! e Violeta de Outono se apresentariam. Mas, convem lembrar, juntar essas duas bandas não é exatamente uma coisa harmônica, tipo Ying e Yang ou O Gordo e o Magro. Estava mais para uma coisa tipo matéria e anti-matéria. Ou, no caso, rock progressivo e regressivo. Foi o que aconteceu. Não vou me prolongar muito com o show do Violeta, porque eles fizeram isso no palco e foi um saco. Veja bem, eles não tocam mal. Pelo contrário. Mas algumas garrafas de cerveja não foram o suficiente para me deixar emocionar com um cover de Pink Floyd ou com solos longos e viajandões. Eu não estava ali para isso. O que nos leva finalmente a um dos shows mais esperado do ano. (Esperado mesmo, começou quase as 3 da manhã). Os Irmãos Rocha! É importante dizer que não foi todo mundo que teve a disposição de esperar até aquela hora para ver o show. Muitas pessoas foram para casa dormir. Outras dormiram ali mesmo, atiradas nos sofás. Mas o sono deles não ia durar muito. O ambiente sem palco era como se estivesse lembrando a gente que não tinha nada que distingüisse a platéia dos músicos. Como se qualquer um pudesse chegar ali, pegar um instrumento e sair tocando. Mais ou menos como mandam os manuais do punk e do rock regressivo. E do meio da multidão vieram aqueles quatro seres de preto. Era hora de começar mais uma sessão de rock e gargalhadas. Os Irmãos Rocha! continuam naquele estilo “mais vontade que talento”. Mas agora incluiram um novo ingrediente ao som: ensaio. Sim, no meio de toda aquela barulheira dava pra ver que tudo estava bem ensaiado. Todo mundo começava e acabava as músicas juntos, faziam as paradas e, via de regra dava pra notar que todos estavam tocando a mesma música. Acredite se quiser: ao vivo elas são ainda mais rápidas. Hits já consagrados como Ugabugababy, Suicídio na Calçada e Meteoro 37 se juntaram a covers de Cramps, Ramones e até algumas músicas inéditas como Pechada. Uma letra que ganha duplo sentido para o público paulistano que acha que se trata de uma refeição a base de peixe. O problema é que, se não era a maior parte, pelo menos a parte mais barulhenta era constituíuda de gaúchos. E o pior tipo de gaúchos: os conhecidos. Isso fez com que o show ganhasse ares de piada interna, como gritar “Toca Raul!” sabendo que o baterista da banda é o próprio. Talvez por isso o baixista, band leader e, bem, meu irmão, o Bel, estivesse tão à vontade nos discursos e piadas entre as músicas. Se o rock tem a ver com diversão, então talvez os Irmãos Rocha estejam mesmo salvando ele a pauladas.


quinta-feira, setembro 12, 2002

não sei se faz sentido eu postar aqui o texto do cardoso. imagino eu, que todos lêem o blog dele, né? mas ok, eu adorei o texto e aí vai. brigada cardoso. beijo.

RIO DE JANEIRO STATE OF MIND
A primeira imagem que tenho do Rio de Janeiro é a de muitas árvores tombadas em uma daquelas avenidas muito iluminadas, à noite, poucos segundos antes de entrarmos em um túnel com centenas de lâmpadas cravejadas no teto. Acabava de acordar de mais um rápido cochilo entorpecido na sala de estar do motor-home da IMPERÍCIA TRANSPORTES, que nos proporcionou uma viagem com níveis bastante elevados de surrealismo. Antes da overdose de laranja e verde nos primeiros minutos da Avenida Brasil, entretanto, alguma coisa já havia acontecido e tudo só ficaria cada vez mais bizarro com o andar das horas.

Chovia muito no final da tarde de sexta em Porto Alegre e várias vezes durante o dia, lendo notícias sobre a chegada de uma violenta frente fria no estado, pensei em desistir da viagem ao Rio. Foi tudo nas últimas duas horas, na verdade: cobicei meus cobertores, minha cerveja preta, meu videogame e todas as minhas idéias atrasadas. Depois foi a vez de temer. Imaginei assaltos, balas perdidas, colisões com caminhões na Régis Bittencourt. Temi. E foi mergulhado em um profundo sentimento de medo que encontrei o grande leitmotiv de toda essa aventura: me permitir morrer um pouco. Vamos brincar de testar limites, pensei. Daquele instante em diante, nada me faria desistir da estrada.

Mas apesar dos impulsos negativos, a desistência dessa viagem não era uma opção. Há cerca de 3 anos atrás, talvez um pouco menos, dei o bolo em uma van da winston na última hora por conta de complicações com meninas, o que fez com que todos os tripulantes tivessem que arcar com o meu prejuízo. Esse deslise havia me posto em uma espécie de dívida moral com os caras, algo que eu imaginei poder pagar nessa viagem ao Rio, um empreendimento muito maior do que a viagem a Guará-mirim (ou algo assim) em Santa Catarina.

Gostei muito da winston logo no seu começo mas aos poucos fui perdendo um pouco do interesse inicial. A fórmula parecia desgastada, os próprios integrantes não pareciam muito satisfeitos com os rumos que as coisas estavam tomando. Depois de alguns shows mornos na época do lançamento de Anoréxica, parei de acompanhar a banda. Um tempo depois vi alguns shows - e o detalhe bizarro é que não lembro exatamente onde - em que a velha pegada parecia estar de volta. Eles pareciam mais dispostos. Comecei a ficar pelas beiradas, querendo saber o que vinha de bom por aí.

Confesso: ainda não tinha ouvido nada da "nova" winston. Nova não, RENOVADA. De qualquer forma, sabia que haviam finalizado o CD no Rio, com produção do Pedro Verissimo e estava muito curioso para ouvir as músicas novas. Aceitei o convite para a viagem por diversas razões: não conhecia o Rio, estava com vontade de pegar a estrada, precisava botar um pouco de rock´n´roll na minha vida e ainda por cima tudo isso seria feito em um MOTOR-HOME.

Mas talvez a mais forte de todas as razões fosse o fato de eu gostar mesmo desses caras, independente do som que eles fazem. Com eles eu poderia ficar tranqüilamente 30 horas dentro do mesmo ambiente jogando conversa fora sem nenhum problema - e foi exatamente o que rolou. As boas notícias vieram no domingo, quando eles apresentaram-se entre Old Suit e Soma no London Burning Festival e eu pude constatar que a renovada winston é realmente muito boa. Boa pra caralho mesmo. Estou escutando o CD pela terceira vez.

Mas já estou lá na frente de novo. Calma. Voltemos à sexta-feira.

Chuva pra caralho, coisa e tal, pegar um táxi pra Estrada do Forte não era uma idéia muito barata mas até as cinco da tarde era a única forma de chegar até o motor-home. Apiedado das minhas poucas posses financeiras e das revoltas que se desenhavam no céu, meu pai resolveu me fornecer uma simpática carona, que aceitei na hora.

O primeiro que encontrei foi o Meigo, guitarrista da winston, na porta do kombão, me convidando pra entrar. Na nossa sala de estar, jazia em um canto Marcos Ludwig, responsável pelo essencial O Apanhador. Trocamos algumas amenidades até que a primeira frase clássica da jornada foi proferida pelo Meigo, agora estatelado em outro canto um tanto irritado: O véio é muito pau no cu.

O véio em questão era o seu EGÔN, um dos nossos motoristas. Pelo que tinham me dito, pensei que os caras fossem uns casca-grossa que faziam isso todas as semanas, coisa e tal. Ao manter o primeiro contato visual com o seu EGÔN já deu pra sacar que ele não entendia absolutamente nada do negócio. Bastaram poucos minutos para que se materializasse ao seu lado o mestre IÚRA, os outros 50% da nossa equipe de motoras. Tentou socializar dizendo que era baterista há muitos anos. Citou nomes improváveis de empresários como Salim, perguntando se ele ainda estava no ramo. Senti o abraço.

A chuva já estava parando quando o Tiago, vocal, e o Pingarilho, um vagabundo ligado no video-artê, apareceram pra completar o time que ainda teria o baixista Peruca e o batera Noronha que, sinceramente, não lembro como foram parar dentro do kombão. Ainda nem havíamos ligado os motores e eu já estava com vontade de beber uma ceva. Ninguém havia comprado: a winston não é uma banda de ceva, é uma banda de ganja, assim como quase todas as bandas de Porto Alegre. Por ser uma banda de ganja e levar um bando de maconheiros à tira-colo, foi bastante frustrante ser avisado que o seu EGÔN e o seu IÚRA haviam vetado totalmente o consumo e a posse de qualquer substância ilícita dentro do kombão: Sempre tem batida com cachorro e eles revistam mesmo. E eu não quero passar noite na cadeia, teriam dito.

Algumas muitas horas mais tarde saberíamos que eles só disseram isso porque jamais haviam feito aquele trajeto - pelo menos foi a impressão que deu. Até São Paulo eu já tinha ido e sabia que até lá era muito tranqüilo mas como não sabia o que poderia rolar no trecho até o Rio de Janeiro, preferi não correr o risco. De mais a mais, não daria tempo de arranjar o produto: tudo muito em cima da hora. Para contornar a falta de thc no sangue, uma quantidade bastante generosa de spacecake de chocolate e space negrinhos foi confeccionada na casa do Pinga na tarde de sexta-feira - e foi isso que nos salvou durante boa parte da viagem.

Sobre a viagem em si não há muito o que dizer. Escutamos uma variedade enlouquecedora de bandas que eu não conhecia muito, falamos muita merda e bebemos algumas cervejas entre um e outro negrinho. Assistimos Doomed Generation, comemos salgadinhos e sanduíches e ficamos abobados. Alguns tomaram banho, outros aventuraram-se a cagar. Noronha, o baterista, dormiu pelo menos três quartos do tempo. Na passagem por São Paulo notamos as placas dobradas e os telhados mastigados mas nem tomamos conhecimento da tempestade que castigou o eixo RJ-SP na madrugada. Devíamos estar no Paraná quando isso aconteceu.

Fato é que depois de uma rápida parada em São Paulo para arrecadar a namorada do Peruca, chegamos ao Rio sem maiores percalços e fomos direto à Siqueira Campos, em Copacabana, onde os shows do London Burning Festival estariam rolando. Foi aí que os motoristas começaram a demonstrar como eram VERDES no ramo. Procurando um lugar para passar a noite, estacionaram próximo a uma praça deserta para perguntar a um guardador de carro dos mais chinelos se aquele lugar era seguro. Depois de muita xaropeação e papinhos fracos bah, che, a gente temos cansado aí, é até perigoso ficar rodando por aí com sono assim..., acabaram nos largando na frente da Casa Amarela e foram estacionar por aí. Detalhe: estavam cansados porque apesar de serem dois, ficaram acordados O TEMPO TODO, apenas revezando.

Entramos no final do show dos Brilhantines, a penúltima banda a se apresentar aquela noite. Achei legalzinho até, bem feitinho, gostoso de ouvir. Nada de muito relevante, contudo: jovem guarda pura e simples. Cerveja a dois reais, orçamento apertado, ficamos na água e no espaço: só no bolinho. Perto das duas resolvemos ir embora, então largamos na pernada pelas ruas escuras de Copacabana. Em algumas esquinas, os pontos de tráfico eram tão evidentes que assustavam. Confesso que apertei um pouco o cu nos primeiros passos mas depois perdi o medo e comecei a achar tudo aquilo muito divertido. Acabamos a noite sentados na beira da praia em um ponto qualquer de Copacabana aloprando, assistindo os quadriciclos da polícia fazendo a ronda perto do kombão, estacionado na frente de um posto de gasolina.

No outro dia acordamos com o céu cinza e um milhão de pessoas na praia e buscamos um pouco pelo calçadão. O Pinga fez algumas animações stop-motion perseguindo eu e o Tiago até o Leme e na volta nós três importunamos alguns policiais. Foi mais ou menos isso que conhecemos do Rio. Embrenhamo-nos por algumas ruazinhas próximas ao Copacabana Palace, passamos pelo meio de uma feira e apesar de muita resistência, acabamos comendo num McDonalds. Não tinha sol: o domingo amanheceu entre chuviscos e moletons em plenos 20 graus. Não senti frio de mangas curtas e achei aquele cenário todo tão bonito. Não sei explicar muito bem o que aconteceu comigo, mas tenho que admitir que o Rio de Janeiro é mesmo lindo. É tão imponente quanto São Paulo mas não há só concreto: há praias, morros, pedras, luzes. Como diz o Tiago: no Rio o cara tem o que olhar. A cidade tem mesmo alguma coisa que atrai. Tenho vontade de voltar. Pelo pouco que vi, já fiquei encantado. Copacabana é mesmo a princesinha do mar.

Às três da tarde a banda tinha uma entrevista marcada com a MTV e os shows do festival recomeçavam, então fomos de volta à Casa Amarela. Conseguimos estacionar bem na frente do troço e depois de alguma enrolação, finalmente entramos para conferir as bandas. A entrevista acabou ficando para as seis. Rolou, deve ter ficado engraçada. Entramos na casa no meio do show da Onno. O que se viu a partir dali não mudou muito: o vírus da Jovem Guarda contaminou o underground carioca de forma irreversível. Todas as bandas tocam rigorosamente dentro da mesma cartilha. Seria esse um exemplo do campo mórfico tão defendido pelo King? De qualquer forma, a noite me reservou duas boas surpresas e uma má, terrível pra caralho mesmo.

Entre as boas, os paulistas da Old Suit, barulheira por vezes metaleira, por vezes grunge. Interessante e divertido, me fez querer conhecer mais. Destaque para o instrumental, sobretudo a bateria: muito bom. Quebradinhas inesperadas trimmassa. Outra boa pedida foi o show d´Os Djangos, roquezão carioca, funkeado naquela linha clássica da GUANABARA sem ser afetado. Se existisse o rótulo róque carioca como existe o roque gaúcho, Os Djangos seriam o seu MELHOR representante. Enérgico e empolgante, bom momento mesmo.

O momento mais bizarro do festival (e a surpresa má, terrível pra caralho) foi a apresentação da banda Smiley, de São Paulo: a banda é toda meio feia, formada por uns velho esquisitos que parecem personagens do Seinfeld, com destaque todo especial para o batera, exatamente igual ao NEWMAN. Outro deles toca violão de BOINA, até. As avós de alguns dos integrantes estavam por lá. Muito bizarro. Uma das músicas fala de um cara que quer que uma garota seja apenas sua GRANDE AMIGA. Por Deus, que triste. Muito triste todo o show, diga-se. Golden Boys não difere em nada daquilo. Nesse momento é bom que se faça uma ressalva: nada contra jovem guarda. Eu acho divertido e tudo o mais, mas não dá pra fazer um troço baseado única e exclusivamente nisso. Tem que misturar com dodecafonia, punk ou sei-lá-o-quê senão o troço não rende. E, aliás, acho até que as possibilidades de se fazer jovem guarda soar bem já foram esgotadas com a Graforréia Xilarmônica e este não é um comentário bairrista: se fossem paulistas, baianos ou cariocas eu continuaria mantendo o mesmo discurso.

Enfim: depois da boa Old Suit, a winston subiu ao palco disposta a detonar tudo. Guitarras altas era o objetivo a ser perseguido mas o pessoal da mesa não se acertou muito bem e tascou a voz do Tiago lá em cima, bem mais alta que a sua guitarra. Isso não prejudicou o show: achei muito afudê as músicas novas, (meu grifo para O Casamento e Se Foi, que incrivelmente NÃO TÁ NO DISCO!!) cobicei muito adquirir um exemplar do CD (coisa que fiz). Luciano Vianna parou do meu lado, balançando a cabeça e disse: o vocalista parece o Mini. Eu ri. Ele continuou balançando a cabeça: bom pra caralho. Deu um tapa nas minhas costas e sumiu.

Uns minutos antes disso havia conhecido Fred Leal, que perambulava por lá ostentando camiseta da FRAUDE na noite anterior e não achou que o ruivo magrelo de óculos fosse eu. Mais tarde, em conversa com J.P. Cuenca e Nix, descobri o grande fracasso da viagem: fomos avistados caminhando na Av. Atlântica na noite anterior. Alguém no carro, que se dirigia a uma mega-orgia com drogas, róque e, muito provavelmente, gatas quentes cariocas na casa de Matias Maxx levantou a hipótese - aquele ali não é o Cardoso? - mas ninguém acreditou. Ninguém sabia que eu ia ao Rio de Janeiro, o que prova que ninguém da máfia carioca lê o meu blog. A recepção que eu tive lá também prova que eu dei MUITA CHANCE PRO AZAR ao não ter mandado um e-mailzinho amigo dizendo "ó, tô na área aí". Se tivesse me concentrado nesse pequeno gesto, certamente teria me acabado muito mais - e de uma forma muito mais divertida do que ficar ao relento em Copacabana - na noite de sábado. Mas enfim: outras oportunidades virão. Voltarei, tá prometido até. O pessoal é muito afudê, é imperativo fazer uma chinelagem com eles por lá.

Uns minutos depois, contudo, embarcávamos novamente no kombão para começar a longa e morosa viagem de volta. Eu estava feliz e satisfeito: pra ficar perfeito só faltou um beck. Infelizmente, ninguém pôde nos ajudar àquela altura do campeonato. Compramos dois engradados de ceva enquanto nossos motoras ofereciam uma carona até uma bocada qualquer na saída do Rio a um transeunte aleatório. Bizarro. Afundamos lentamente nas delícias da ceva e do chocolate espacial e na segunda de manhã quando acordamos no interior do Paraná nos sentíamos mendigos. Assistimos Gummo, um show do Weezer na Alemanha em 96 e acabamos com o resto de comida que ainda restava no kombão. Mais tarde ficamos sabendo que os motoras haviam ficado perdidos duas horas em São Paulo e nesse meio tempo até mesmo bateram em um carro. Imperícia transportes comandando. Depois disso, mais do mesmo. Chegamos perto da uma da matina em Porto Alegre, nos despedimos e fomos para casa.

Hoje, perto das nove e meia da manhã, recebi uma ligação: a mulher do seu EGÔN querendo o telefone do Marcos. O seu EGÔN extraviou o cheque do moço. Leia-se: o cheque do moço voôu pela janela, o apropriadíssimo local onde seu EGÔN resolveu guardá-lo logo após tê-lo recebido.

De qualquer forma, grande viagem. Grandes amigos, grandes chapadeiras - nenhuma fumaceira, infelizmente - grande cidade linda bragarái, grande estrada, grandes filmes, grandes músicas. Os rangos foram ok mas não foram grandes e as gatas não se apresentaram. De resto, grande viagem.

Se eu pudesse, passaria UM MÊS nessa vida. Ou mais. Bem mais, na real. Cobiço a vida das bandas que fazem turnês em MOTOR-HOMEs. Convidem-me sempre. Eu irei.


quarta-feira, setembro 11, 2002

de volta, mas cada vez mais relapsa com esse blog. a real, é que eu devia ter nascido numa geração mais nova... uns dez anos mais nova, eu acho. eu queria ser nerd, entender de html só na fuçação, blogar, "chatear", usar icq. mas a real é que eu sou muito velha pra isso e a paciência é cada vez mais escassa. fazê o quê? paciência...
ando numa fase: o problema do mundo é gente

óquei, mas algo iluminou meus últimos dias... minha ida ao rio à lá "quase famosos". sim, fui com a winston + king, pingarilho e cardoso numa aventura motor-home-tosqueira-rock'n'roll. como diria o pepê: tri massa! e foi, tri massa sim.
me diverti horrores, curti a banda do meu amorzinho - que diga-se de passagem, está cada vez melhor - fiquei com meu homem lindo, pisei naquela cidade indescritivelmente maravilhosa e passei mais um tempinho com minha amiga déia e com o patrick. show! literalmente. bom, se o cardoso permitir, eu posto aqui o texto épico que ele fez a respeito da trip. o cara é um absurdo, descreve tudo nos mínimos detalhes, ma-ra-vi-lho-so. então aguarde, eu fico só no copy/paste.
se não rolar, vai lá no cardoso


quinta-feira, setembro 05, 2002

ALL BY MYSELF
eu ando tendo um tipo de prazer soliário-gastronômico-extasiante meio engraçado: comer campbell's soep e ficar bêbada. ridículo, eu sei, mas me dá prazer. e começa na ida ao supermercado; o escolher a latinha certa, o sabor certo... "go for the mushroom one. go for it! ." dois cacetinhos (sim, cacetinho e nada de pãozinho francês, viu?). chego em casa, dou play no 3 em 1 e me toco pra minha supercozinha de 2 metros quadrados. 1 lata de sopa, 1 lata de leite, pimenta do reino a gosto e aquela garrafa de vinho branco já aberta na geladeira também entra... na panela e num copo ao meu alcance. vai mexendo a sopa e ouvindo a nina cantar e batendo o pé no ritmo do baixo... bãdãnbãdãn... getting drunk bem devagarinho. mexe a sopa, bate o pé, levanta fervura. cacetinho com manteiga, prato fundo, aumento o som... sentada no sofá equlibrando tudo no colo mesmo, tomo a sopa devagarinho fechando os olhos a cada colherada, viajando muito... eu sei que é só do vinho, mas é o ritual que me dá mais barato.
a sensação é tão boa quanto era entrar no "de paap" às quartas-feiras, ou melhor, a viagem me transporta pra lá. (o de paap é um pub pequeno e escuro que fica num bequinho em den haag - onde morei por 1 ano e meio. todas as noites de quarta, eram noites de jazz... assim como todo dia e noite de domingo também. só que aos domingos os amadores tinham sua chance de pagar um mico ou mostrar seus talentos como músicos). eu fecho os olhos e posso sentir a mesma coisa, a mesma alegria de ver aqueles meninos tocando feito negros velhos de new orleans e a mesma vontade de cantar feito uma preta gorda. indescritível. se cozinhar e comer (e beber) me derem sempre esse barato, eu juro que viro a ofélia bold. e isso tudo, sozinha, hein?. eu gosto disso.


quarta-feira, setembro 04, 2002

há alguns dias entrou algumas informações malucas aqui no blog. não sei como damned! é que eu sou bem amadora nesse esquema blog. só sei postar e olhe lá... sim, publiquei sem querer o post. mas agora vai... na real, eu encontrei um site que a muito eu procurava... ok, foi só digitar um nome alí no google, que apareceu. mas eu queria ter feito isso há muito tempo.
é o site de uma mulher absurdamente espetacular... de uma mulher, de um homem, de uma tradição. em dezembro de 1998, eu fui a uma conferência de tipografia em frankfurt - TypoMedia. e lá, me deparei com um workshop de "stone cutting". sim, entalhe de letrinhas nas pedras. fiquei lá por horas tentando desenhar um A que fosse. nada, talento zero pra coisa. e aí, conversei horrores, me apaixonei por aquilo e quase larguei tudo pra passar 3 anos num estágio-curso em cambridge. (sim, pra aprender a cortar as lindas pedrinhas, se leva no mínimo 3 anos. eu, provavelmente, levaria bem mais...) então, acabei me convencendo de que se por um acaso eu decidisse voltar pro brasil, provavelmente ficaria sem emprego... ia virar hobby, né? ganhei muitos livros e postais e guardei tudo aquilo num lugarzinho muito especial aqui dentro.
ok, quem é essa mulher???? o nome dela é lida lopes cardozo. e ela casou com um "master" da stone cutting e tipografia: mr. david kindersley. fantástico. a gente fica boquiaberto com o trabalho dos caras. mr. kindersley foi aluno de eric gill - o cara que desenhou a GillSans aí no teu ATM - lá por 1934... e tudo começou com ele. uma paixão de professor pra aluna que virou marido e mulher e paixão pra toda a vida. hoje ela continua ensinando jovens "aprentices" na arte do stone cutting. e fica lá na victoria road cambridge e pra conferir http://www.kindersleyworkshop.co.uk
vale a pena.